Eu
sou o Rei dos Macacos!
Há
pouco os dados foram lançados.
Os
peões no tabuleiro,
o
açúcar no açucareiro,
o
sortido fino e as burguesas,
o
risinho delas e o chá das cinco.
Fazem
alegres o piquenique,
a
toalha no relvado,
entre
brancos e pretos,
fogem
os macacos dos quadrados.
Eu
sou o Rei dos Malacuecos!
Entre
lianas e avencas,
ilhas
menos desertas, canibais,
eu
dirijo o bicho-carpinteiro.
Traz
consigo o bicho-matreiro,
bicho-malino
que faz de bicho-de-conta,
príncipe
da bisca, do bilhar e da bimbi.
Segue-o
o valete dos matrecos.
Só
depois vem o burrinho, José, Maria e Jesus,
a
mulher dos sacos,
o
homem dos trapos,
a
menina do tule e dos laços.
A
fechar, saltam os macacos a tocar os pratinhos,
(basta
pôr a moedinha)
e
os manetas trapezistas.
As
ciganas trazem à cabeça os tarecos,
trastes
velhos, mesquinhices,
gatos
pardos, garfos rombos, patos marrecos.
O
resto é fantasia!
Eu
sou o Rei dos Trampolineiros!
Infantes
malacuecos,
donzelas
macacas, príncipes malinos,
virgens
trapaceiras,
da
selva surgem ainda negros flibusteiros,
espada
em punho de renda branca.
Pulam
manhosos
piratas
maravilhosos,
gel
na trunfa, sapatos garbosos,
vêm
mansos como ministros,
e
entre burguesas estendem
a
toalha no relvado,
a
dos quadrados.
Papoilas
rubras, sangue nas flores prisioneiro.
Eles
são os reis dos cavalheiros,
belas
mãos, os financeiros.
Fingem
o riso, trazem embuste,
cativam
a fantasia por cumprir
invocam
a beleza para a estiolar.
Saem
macacos dos quadrados
dominós,
arlequins, saguins,
outros
bichos afins.
Fazem
momices,
trajam
de paletó, capindó,
trocam
felizes pantominices,
sorriem
em salamaleques,
agitam
os leques velozes.
Tocam
a sociedade em maior dó.
Eu
sou o Rei dos Economistas!
Seres
avessos, quatro patas,
cauda
quase a apartar-se.
Ai
as sardaniscas,
osgas
putativas
de
um Estado por servir!
Lançam
um brinde de alegria,
um
brunch comemorativo,
um
pequeno-almoço de negócio.
Ai
o sortilégio dos macacos
a
toalha dos quadrados,
o
valete dos malacuecos,
o
piquenique das burguesas!
Rubro
o ventre de quem banqueteou,
esquecido
o sangue,
as
papoilas, toda a beleza,
e
o olhar branco do faminto.
Que
requinte!
Ó
Banqueiro dos Macacos,
Ó
Ministro dos Malacuecos,
Ó
CEO dos Trampolineiros,
Ó
Director-Geral dos Trapezistas,
oiçam
lá!
Eu
sou o Rei das Pataniscas!
jef
março 2015
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