sexta-feira, 27 de abril de 2018

Sobre o filme «A Morte de Estaline» de Armando Iannucci, 2017

















É mesmo muito interessante que este filme de Armando Iannucci, transposição de um livro ilustrado de Fabien Nury e Thierry Robin, seja apresentado como uma comédia hilariante. Porque não é verdade!

Sim, ali estão compreendidos acontecimentos históricos de dimensão humana trágica, mas não se pense que se vá rir às bandeiras despregadas sobre o dia que precedeu a morte de José Estaline e os dias que compreenderam o funeral do ditador, em Março de 1953. Não!

Esta comédia é inteligentemente política e sóbria e apenas brinca até ao justo momento em que os grandes actores, palhaços quase tristes, vão avançando na liça do poder. Os actores são magníficos e de uma dicção perfeita. Os decores, guarda-roupa e iluminação, sóbrios e circunspectos. Os diálogos, sumários e incisivos. Os acontecimentos pobremente dramáticos e sangrentos.

Parece que assistimos a  uma peça de teatro cómica sincopada, de desenfreada contenção inglesa, no bom gosto da antiga BBC.

Sem dúvida uma comédia ver para, depois, ir a correr à net em busca de mais dados históricos para compreendermos o presente bipolar deste mundo.

jef, abril 2018.

«A Morte de Estaline» (The Death of Stalin) de Armando Iannucci. Com Jason Isaacs, Olga Kurylenko, Steve Buscemi, Rupert Friend, Richard Brake, Simon Russell Beale, Jeffrey Tambor, Paddy Considine, Tom Brooke,  Justin Edwards e Michael Palin. A partir da novela gráfica de Fabien Nury e Thierry Robin. Grã-Bretanha / Bélgica / França, 2017, Cores, 106 min.

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