Pedro
e Inês, Romeu e Julieta, Tristão e Isolda.
Todas as histórias ancestrais de
amor consequente-inconsequente são, no fundo, fábulas políticas.
Também
o amor do viúvo imperador Shuan Tsung e da belíssima ajudante de cozinha
imperatriz Yang Kwei Fei.
O
amor tenta impor, a sociedade mais tarde vem e dispõe.
É
o mundo perfeito para Mizoguchi que vai buscar a história à mitologia chinesa.
E o mundo de Mizoguchi é o mundo da perfeição e da beleza, da razão e do
querer, da aura e do poder femininos.
Esta
é uma história de encantar desencantando. De uma estética exemplar sobre a
moral mais arrebatadora. A cena final em que a corda é substituída pelo lenço
de seda branca entregue pelas mãos da própria imperatriz sacrificada é o
símbolo do maior poder da devoção que é, em simultâneo, a maior dádiva pela paz
de uma sociedade.
A
nada a imperatriz cede a sua ética. Amor
e intransigência moral.
Qualquer
coisa de puro e essencial, de divinamente humano está contido nesta história.
Uma
fábula humana bela e perfeita.
jef,
maio 2017
Sem comentários:
Enviar um comentário