terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Sobre o livro «B.I. – Caderno de Identidade» de Pedro Castro Henriques, Fernanda Cunha & João Eduardo Ferreira, By the Book 2017.









Dizem que é inconveniente ser-se juiz em causa própria.
Hipócrates desconfiou do médico que tratou o parente chegado.
Há quem afirme que em casa de ferreiro espeto de pau.
Ou que os santos não fazem milagres em casa.
Enfim, tudo menos mau...
Agora, fazer publicidade ao livro que termina com um texto da própria autoria é A Morte do Artista!
Assim será: morrerei! Pura verdade.
Mas antes tentarei a minha sorte, a minha Identidade. Questão de personalidade, identificação, cidadania, política, liberdade, democracia. Bilhete ou Cartão.

No início, Rui Cardoso Martins prefacia: «A toda a hora do dia e da noite. Qualquer pessoa que se lembre do prédio em que cresceu, dos vizinhos que teve, dos episódios que escutou e observou, qualquer pobre de mim que pense no edifício onde paga a renda agora, faz a análise do seu próprio lugar no mundo, da sua identidade.»

Logo a seguir ao princípio, entra o verbo de Pedro Castro Henriques: «Bem, lá que tenho dúvidas, tenho… mas acho que sou eu e para mais até está nos papéis… de que vale duvidar… assinei… e por aí fora. Pois, mas o problema está aí mesmo… no ‘por aí fora’… é que ‘por aí fora’ as coisas dão muitas voltas… ó, as voltas que as coisas dão ‘por aí fora’… um gajo começa duma maneira e ‘por aí fora’ torna-se noutro, e noutro ainda e em não sei quantos mais…»

Pelo meio, Fernanda Cunha escreve: «Não está em causa considerar que as acções políticas possam prescindir de objectivos ou finalidades, isto não faria sentido. Aliás, na maior parte das vezes a intervenção política é convocada pelo confronto das diferentes necessidades. Mas a acção ascende à categoria de política quando cumpre os requisitos da experiência original grega. Se permanecer na necessidade em detrimento da liberdade, será melhor chamar-lhe acção económica, social, cultural ou religiosa. E a verdade é que tem permanecido na necessidade. Coloca-se a política (o interesse de todos) ao serviço da economia (o interesse de alguns) e promovem-se leis (o garante da equidade) ao serviço da necessidade de terceiros. A política reduzida a fórmulas e teorias decapantes do sentido público, a antítese da liberdade e da pluralidade.»

Lá para o fim, João Eduardo Ferreira refere «Jaime pensava que as máscaras eram assuntos da psicanálise e do teatro. Hoje, na sociedade democrática, cada um devia responder pela própria identidade, embora soubesse bem que todos possuíam dois lados, em permanência. E sem poder estabelecer-se um gradiente definitivo entre os polos opostos também era impossível alguém expressar-se por ambos em simultâneo. Daí as máscaras, daí o teatro.»

Confusos? Afinal, quem seremos nós sem os outros?

[E, agora, ficou com vontade de ler o livro? Então porque não subscrevê-lo mesmo antes de ser imprimido? Fica mais barato e recebe-o assinado e tudo! Abraço forte!]

http://www.bythebook.pt/index.php?/novidades/-novidade-/

jef, fevereiro 2017

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