quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Sobre o filme «Fruitvale Station – A Última Paragem» de Ryan Coogler, 2013


















Cinema funcional.
«Fruitvale Station» é a prova de que as Artes (tal como as Ciências e os Ofícios) são o princípio que melhor define a humanidade. São a prova mas também a garantia do seu futuro. Porque têm uma função. Este filme é exemplo disso. Sabemos o que vamos ver, conhecemos o final, sabemos que a realidade mais dura e injusta está no seu fundamento e que esse fundamento é político. É realizado para mover consciências privadas e públicas, fingindo a realidade. E no entanto, o Cinema todo está lá dentro, nesse encantamento emotivo de pessoas, imagens e sons, que dificilmente passa sem a mestria de colocar a câmara frente ao rosto dos actores, no meio do movimento dos seus corpos, oferecendo ao espectador a realidade desse fingimento, provocando a emoção, dando-lhe a causa, erguendo a sua função como bandeira. Em retórica chamar-se-ia «pathos» a essa capacidade comovedora de transmitir ideias. Contudo, a realidade está aqui, nesse 1º de Janeiro de 2009, na Fruitvale Station, reservando-a na nossa emoção, na nossa consciência. Para sempre.

jef, março de 2014

«Fruitvale Station – A Última Paragem» de Ryan Coogler. Com Michael B. Jordan, Melonie Diaz, Octavia Spencer, Kevin Durand, Chad Michael Murray, Ahna O`Reilly, Ariana Neal. EUA, 2013, Cores, 85 min.

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