Por vezes, há um som
claro na manhã,
uma voz limpa, um ponto
alto,
sem sombra, sem
explicação,
apenas a luz de um
reflexo na ausência de história
ou de memória, que
lança a vontade em direcção
do que fazer. Nada de
argumentos práticos ou contestação híbrida.
Apenas a demanda do
futuro.
Aquilo que realmente
está escrito será dito
porque sem pressentimento
ou destino.
Coisa que se apodera,
sem direito a devolução ou modo de recriminação, de um som claro
que surge, assim, sem
querer mas por imposição,
como o acto
indissolúvel
que é esta minha manhã.
jef, dezembro 2016
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