sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Sobre o livro «Índice Médio de Felicidade» de David Machado, Dom Quixote, 2013












Este livro sugere ter sido escrito para crianças. Crianças que são adultos e contam histórias e aventuras e viagens de adultos que parecem crianças. Quem o comece a ler, prepare-se, não vai parar até conhecer-lhe o final. Imagine-se uma carrinha de nove lugares, com acelerador e sem travão, que rola encosta acima, em movimento uniformemente acelerado. Claro, a força da gravidade é negativa, como negativos são os sinais do nosso tempo, da infeliz economia do desemprego, das casas devolvidas aos bancos por dação, de gerações de idade amputada, da sociologia avantajada, pronta a ser integrada num futuro por garantir. Mas Daniel tem de resistir, não pela sua própria solidão, mas por solidariedade com a família, com os amigos… Afinal, talvez haja solução! A felicidade ainda pode ser equacionada, relativizada, ponderada, numa função de grau elevado, tendo x, y, z por variáveis que, em absoluto, possuem o mesmo valor tanto para os adultos como para as crianças. Ou seja, a hipótese de felicidade quando nasce é para todos.
Valha-nos a esperança (que Xavier e Doroteia Marques recusam)!
Valha-nos o desejo (de que Mateus se quer alhear)!
Sentir ou entender a felicidade podem ser assuntos distintos, mas uma coisa é certa: é impossível viver sem os outros.

jef, outubro 2013

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