«Onze anos. Apesar de cada noite ter sido longa, os anos passaram depressa.
Talvez fosse por ser trabalho nocturno. Ou por fazer a mesma coisa
repetidamente.» diz Henry Chinasky, homem bom e inteligente, hábil com a
caneta, amigo dos seus amigos e dos animais, relativamente cumpridor da lei dos
Correios, local onde distribui a correspondência por cacifos numerados, em modo
cronometrado. Também é muito, muito amigo das mulheres e do sexo, da bebida e
das corridas de cavalos. Violento? Só quando o tentam roubar e vê brilhar a
lâmina da navalha… O GPS diz que estamos nos Estados Unidos da América, 1969, o
país da pré-guerra, dos conflitos raciais, dos cowboys e dos búfalos, da «supervisão
científica». Se pedissem para colocar neste livro os pontos cardeais da
narrativa exemplar, eu diria que era uma comédia sexual, nostálgica e terna,
sobre a resistência à ressaca e aos males do amor; uma crónica sobre a
sobrevivência à frustração. Um libelo moral que ensina ser o humor e a
inteligência as grandes ajudas contra a adversidade e a solidão.
jef, outubro 2013 / novembro 2016
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