quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Sobre o filme «Tesouro» de Corneliu Porumboiu, 2015















Gosto do cinema romeno.
Gosto do modo como Corneliu Porumboiu dá o dito pelo não dito, troca o fio à história, deixa-nos na corda bamba, de cara à banda, entre a tragédia anunciada pelo neo-neo-realismo e o humor mais dramático que, em cinema, é o mais realista.
Assim foi «12:08 a Este de Bucareste» (2006). Terá sido um pouco menos em «Quando a Noite Cai em Bucareste ou Metabolism» (2013).
Aqui, a fábula é mesmo desconcertante e tem a ver com o Sherife de Nottingham, Little John e Lady Marian. Todos conhecem a história mas neste caso diz respeito a vizinhos e dinheiro contado.
Uma família perfeita, um tesouro escondido, um detector de metais que anda como caracol sobre um quintal sem graça e vai apitando. Aqui e ali. Também tem polícias e ladrão.
Uma diversão sobre a falta de dinheiro e o desejo eterno que o metal sonante provoca. Tudo medido pela visão inocente e justa do pequeno Alin, em interpretação terna de Nicodim Toma.
Não esquecer, por fim e enquanto corre o genérico, de ouvir a versão soft-metal de «Life is Life» dos já enterrados e esquecidos Opus.

jef, novembro 2016

Porumboiu, Corneliu “Tesouro” (Comoara). Toma Cuzin, Adrian Purcarescu, Corneliu Cozmei, Nicodim Toma. Roménia / França, 2015, Cores, 89 min.

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