É de injustiça extrema
associar a tormenta geológica ao bater das asas de uma borboleta.
Longínquo.
É injusto para o
furacão, claro. Também para a meteorologia ventosa que arrasa palmeiras,
turistas e hospitais. A borboleta sabe o que faz.
E fá-lo na consciência
da perfeição. Na consciência de um coração.
No olhar que o perturba
sem agitar as folhas do salgueiro aquoso. Na instável ventania da separação
que nem enruga a superfície do mar chão. Na altercação alegre quando a vista
avista pelo horizonte do cais.
O faroleiro faz sudokus
enquanto aguarda a mudança de turno.
Posídon adormece enquanto aguarda o boletim meteorológico.
E o tal
coração em roda livre nas asas de um lepidóptero.
Ali tão perto.
(já agora o animal ali em cima dá pelo discreto nome de Papilio machaon)
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