quarta-feira, 4 de maio de 2016

Sobre o filme «A Casa na Praça Trúbnaia» de Boris Barnet, 1928


















Da bela cidade de Moscovo, das suas criadas de servir e de todo o campo que ela contém.
Do seu acordar, da sua limpeza, de tanto tráfego e de um pato que se sente perdido mas não está.
Da complexidade de um prédio que não deve ter lenhadores a rachar toros nos patamares.
Também da hipocrisia da pequena burguesia que é bem mais complicada que a consciência de classe do proletariado em organização sindical.
Da importância das cabeleiras postiças para o êxito da Revolução Francesa e do teatro para a diversão da sociedade. [Beaumarchais e Fígaro sabiam mais de revoluções que muitos políticos juntos!!]
Da importância da Revolução Russa e da mobilização para as eleições municipais.
Do humor mais louco, da justiça mais cabal, da mais furiosa criatividade.
Da arquitectura de um cenário vertical prodigioso e de uma encenação extravagante, insólita, modernista, como um bailado tonto entre roupa estendida, lixo pelos cantos, dois gatos fugitivos e um cão escanzelado.
Da Liberdade pura e simples!

jef, maio 2016


«A Casa na Praça Trúbnaia» (Dom Na Trubnoy) de Boris Barnet. Com Vera Maretdkaya, Vladimir Fogel, Yelena, Tyapkina, Sergei Komarov. URSS, 1928, P/B.

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