quarta-feira, 18 de maio de 2016

A beleza e a casa












Andrei Tarkovsky (1932 – 1986)

Hesitei em adquirir a caixa com os oito filmes, a obra completa de Andrei Tarkovsky, agora editados. Fiquei na dúvida se tais obras resistem ao formato encaixotado, doméstico, franzido, sempre à espera que o telefone se intrometa ou o vizinho barulhe.

Tenho a sensação que a sua beleza superior está contida no efémero de uma tela maior quando nos cinge e liberta numa sala negra e, em simultâneo, luminosa. Na ausência de nós próprios. Apenas no nosso cérebro e na nossa pele. A ideia e os sentidos.

Em retrospectiva íntima, surgiram-me duas palavras para definir o que sinto por tais filmes: Poesia ecuménica. 

Fui ao dicionário.

Poesia – carácter daquilo que, por ser considerado belo ou ideal, desperta uma emoção ou sentimento estético.

Ecúmena – área da superfície terrestre habitada permanentemente pelo homem. Do grego oikouméne «a terra habitada». Qualquer coisa ligada a «casa».

E levei os DVD para casa.

jef, maio 2016

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