Em defesa da Academia.
Pode ser este um filme de fim de curso. Pode ser uma obra
feita à medida das leis que a aprendizagem e o treino exigem, fruto das
circunstâncias e das condições do mundo e da vida. Mas a Academia existe para
definir os modos de descobrir e recriar o mundo e a vida.
Existe nele uma definição muito clara, digamos meteorológica,
de identificar os objectos e os encontros, uma definição quase muda, quase só
olhares e intenção de cumprir a estratégia da luz. Como em Jacques Tati e
Yasujiro Ozu [também contemplados há pouco neste Cinema Nimas]. Mas já aqui a «hipersensibilidade»
da banda sonora [a música de Viatcheslav Ovtchinnikov] e os planos de água e as
linhas a cruzarem o ecrã. Uma esperança latente na esquadria dos enquadramentos,
na emancipação feminina e da infância, na emancipação dos afectos e do cinema,
na emancipação da Identidade e do Socialismo.
Uma ode à independência da personalidade.
Um filme que se vê como se folheia um livro infantil.
Um filme que acarinha a Academia.
jef, abril 2016
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