terça-feira, 5 de abril de 2016

Sobre o filme «O Rolo Compressor e o Violino» de Andrei Tarkovsky, 1960.










Em defesa da Academia.
Pode ser este um filme de fim de curso. Pode ser uma obra feita à medida das leis que a aprendizagem e o treino exigem, fruto das circunstâncias e das condições do mundo e da vida. Mas a Academia existe para definir os modos de descobrir e recriar o mundo e a vida.
Existe nele uma definição muito clara, digamos meteorológica, de identificar os objectos e os encontros, uma definição quase muda, quase só olhares e intenção de cumprir a estratégia da luz. Como em Jacques Tati e Yasujiro Ozu [também contemplados há pouco neste Cinema Nimas]. Mas já aqui a «hipersensibilidade» da banda sonora [a música de Viatcheslav Ovtchinnikov] e os planos de água e as linhas a cruzarem o ecrã. Uma esperança latente na esquadria dos enquadramentos, na emancipação feminina e da infância, na emancipação dos afectos e do cinema, na emancipação da Identidade e do Socialismo.
Uma ode à independência da personalidade.
Um filme que se vê como se folheia um livro infantil.
Um filme que acarinha a Academia.

jef, abril 2016

«O Rolo Compressor e o Violino» (Katok I Skrypka) de Andrei Tarkovsky. 1960. Com Igor Fomchenko, V. Zamanski, Nina Arkanelskaya, Marina Adjoubei. URSS, 1960, Cores, 55 min.

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