Há qualquer coisa no reflexo
que nos diz que aquilo está para além do que se vê,
está para além de nós.
Aquilo que ali está vai para além do que se acredita.
E nós mantemos os pés juntos como se eles garantissem que aquilo que se vê ali na rua,
espelhado na água da noite,
é o que jamais será
(reflexo de prédio e meio e luminárias urbanas em simetria),
reflexo de nós.
Mas talvez seja esse além do acreditar,
essa ideia perene do improvável palpável
que nos mantenha os pés juntos,
e garanta a alegria instável de suspeitar que o centro de gravidade
continuará em geometria linear com a base de sustentação
do futuro.
jef,
abril 2016
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